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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Evolução Baixo Electrico - The Electric bass Evolution


aixo Elétrico - evolução técnica e seus dispositiv

Jorge Pescara é artista-solo exclusivo da Jazz Station Records e contrabaixista com Ithamara Koorax. É autor do livro Dicionário Brasileiro de Contrabaixo Elétrico.

A partir da década de 1970 foram construídos diversos instrumentos de cordas (usando cordas de baixo elétrico e guitarra juntas no mesmo instrumento) específicos para a aplicação de tal técnica. Acompanhe-nos nesta pequena jornada...

Tapping em instrumentos com cordas de baixo elétrico.

THE CHAPMAN STICK
(www.stick.com)


O instrumento criado por Emmett Chapman em 1969 é construído com Madeiras sul-americanas e africanas esculpidas em uma

única peça sem parafusos ou colagens, escala de 34¨ contendo 25 trastes e 7, 8, 9, 10 ou 12 cordas dispostas em dois grupos distintos, cobrindo 5¼ oitavas, em que o grupo de cordas agudas (de melodia) está em quartas justas com a mais grave delas no centro do braço indo para o extremo inferior, seguida das outras para o extremo superior, afinadas em quintas justas. Estas, executadas através da mão esquerda. Tarraxas Gotoh, Fret-Rod™ design, incrustadas no braço, uma tira de velcro colada ao primeiro traste para abafar as cordas e prevenir ruídos não intencionais, ponte totalmente ajustável e um captador stereo double-coil humbucking. O tensor possui ação dupla, funcionando nos dois sentidos, além de um gancho (Belt Hook) para prender o instrumento ao cinto e uma correia presa ao capotraste que é usada por trás do pescoço e do braço esquerdo do executante. O Stick vem com vários parafusos para ajuste de altura das cordas.

WARR GUITARS
(www.warrguitars.com)


Mark Warr, que criou e desenvolveu o “un-crossed neck”, um instrumento com braço extremamente largo em que as mãos não cruzam a escala para tocar, ao contrário do Stick, além de a disposição das cordas (apesar de ainda serem divididas em dois grupos) seguir o padrão normal do grave ao agudo e o outro grupo novamente do grave ao agudo. O braço reto em construção neck-through-body de 25 trastes vem com uma espuma ao lado do capotraste para abafar as cordas, pequenas tarraxas fabricadas pela Sperzel e um circuito eletrônico Bartolini 18v com diversas configurações para os captadores Bartolini, que, aliás, são divididos e com uma chave seletora mono/stereo. A ponte Wilkinson é muito próxima às tradicionais pontes de guitarra e baixo só que está munida de captadores piezo elétrico, além de uma correia atarraxada aos dois lados do corpo para deixar o Warr em uma posição confortável, pois seu shape permite que ele fique posicionado horizontal ou verticalmente ao corpo do músico. Como a saída do instrumento é em stereo separado podem ser usados dois cabos comuns de guitarra com plug mono-P10. Há modelos com 8, 10, 11, 12 ou 14 cordas.

ToneWeaver-DualGold

MOBIUS MEGATAR BASS
(www.megatar.com)


A empresa é encabeçada por Traktor Topaz e sua criação é bastante exótica, por conta do visual futurista. Os instrumentos que ele constrói não possuem grandes variações visuais entre os modelos. O design do corpo é semirretangular, uma enorme paleta com uma divisão no meio, um capotraste normal de contrabaixo com um Velcro próximo ao 1º traste, para abafar as cordas, captadores Bartolini Quad ou soapbars. Os modelos podem ser de 8, 10 ou 12 cordas. O Fanned-Fret system com Twelve-Tone Bridge, que equipa o modelo ToneWeaver, é um sistema diferenciado de trastes em diagonal formando um arco em que as cordas graves localizadas no extremo superior têm 35¨ de extensão e 31¨ nas agudas, no lado inferior. A correia fornecida com o Megatar, chamada MegaStrap é completamente diferenciada, pois em anatômico formato de X, presa ao corpo dos Megatar Basses, cruza totalmente as costas do músico e possui um terceiro ponto de apoio presa ao capotraste, desta forma o instrumento fica na posição vertical sem nenhum incômodo. O sistema MIDI que a Mobius Megatar usa em seus instrumentos é o Mobius ‘Photon-Midi’ Hex pickup em conjunto com Roland GR33 guitar synthesizer ou VG-88 ‘V-Guitar’ system.

AUSTIN DOUGLAS GUITARS
(www.austindouglasguitars.com)


A Austin Douglas guitars, sediada em Thousand Oaks (Califórnia, USA), fabrica dois modelos simples de touch bass & guitar. Pode-se optar por 8 ou 10 cordas com corpo variando de Swamp Ash ou o avermelhado Mahogany enquanto a escala varia entre Pau Ferro ou Wenge. Escala com 24 trastes sem o dumper (Velcro abafador).
Acompanha um único pick Bartolini passivo mono, tarraxas Gotoh, ponte em metal fabricada pela Warr com sistema through-the-body string anchoring, circuito ativo com 3 bandas de frequência e gig bag.

BALISET
(www.tommcmahon.ca/baliset.htm)


The Baliset é outro instrumento específico para o tapping criado por Tom McMahon e baseado no próprio Stick, porém com um braço mais largo, um total de 11 cordas, sendo 6 para as melodias e 5 para os baixos. Cada lado possui seu próprio pickup (EMG para os agudos e Bartolini nos graves), sendo uma terceira saída RMC piezo para o synth.

Stick 10

BUNKER TOUCHBASS
(www.bunker-guitars.com)


Criado por Dave Bunker o Bunker TouchBass possui um corpo retangular com dois braços sendo um de contrabaixo normal, 4 ou 5 cordas, e outro mais parecido com uma steel guitar. Os braços possuem trastes angulados, sendo que o braço de guitarra vem com um captador Hex humbucking com 12 pólos individuais e 12 controles de balanço stereo (um par para cada corda) enquanto o braço de baixo é equipado com um captador Quad humbuking. Um processador controlável Electro-Mute system com 12 canais para a guitarra e 8 para o baixo proporcionam o abafamento perfeito para todas as cordas. O circuito eletrônico possui ainda controle de volume e pan para cada captador e duas bandas de frequência de equalização com potenciômetros deslizantes. Ponte com sistema de dupla afinação vertical by Dupont Delrin & Machine Brass, com chave micro afinação para cada corda. Uma capa de metal sobre o corpo protege e isola as cordas agudas prevenindo ruídos mecânicos. Chave seletora de 3 posições para “mute operation”, saída stereo real e compartimento para bateria 9v com saída para adaptador externo.

SANTUCCI TREBLEBASS
(www.sanbass.com/treblebass.html)


O Santucci TrebleBass de 10 cordas foi desenvolvido pelo ítalo-americano Sergio Santucci. Fabricado pela SSSound do Japão e distribuído pela Santucci Corp. de N.Y.C., este instrumento combina o melhor dos dois mundos, guitarra de 6 cordas e baixo elétrico de 4 cordas, em um único e largo braço, mantendo as distinções e as afinações padrão entre os dois. Os pickups EMG, com circuitos ativos individuais para cada um, possuem saídas separadas e podem ser endereçadas e desligadas livre e independentemente. Pode ser tocado na posição normal horizontal, servindo também para outras técnicas como slap, palheta, strumm, etc, além do tapping. As tarraxas e ponte são Gotoh, equipadas com um sistema tremolo custom made para simular a sonoridade fretless.

BOX GUITAR
(www.bme.com.au)


Feito na Austrália Stewart Box, este instrumento tem como diferencial o braço headless. Com uma construção bem característica, este instrumento é confeccionado em duas séries básicas SR e JC. Pode-se escolher entre 8, 10 ou 12 cordas todos com escala de 24 trastes. Este instrumento traz a possibilidade de ser usado para tapping, slide e pizzicato, pois o espaçamento entre as cordas é de 10,5mm na ponte. O braço pode ser feito em 5 partes laminadas e neck-through-body ou em uma única peça e aparafusado. Uma opção exótica é relacionada à quantidade de captadores 2, 4, 5 ou 6. A ponte chama a atenção por possuir apenas dois knobs que controlam (afinam) todas as cordas e podem vir opcionalmente com uma ou duas alavancas de bend (Whammy Bar) by Steinberger, capotraste com sistema de abafamento independente para cada corda.

KOYABUBOARD BASS
(www.koyabuboard.com)


Um instrumento fabricado no Japão pelo baixista Yoshitaka Koyabu. Tem extensão de 30¨, 30 trastes ao total para as cordas graves e 26 para as agudas, 12 cordas, tarraxas Gotoh, e um único pickup Gotoh instalado. Por causa de seu comprimento ligeiramente mais curto que os demais instrumentos de tapping, é facilmente adotado por qualquer músico e pode ser configurado para usar todos os tipos de jogos de cordas de contrabaixo. Opcionalmente vem com um Roland GK3 Midi pick up instalado para a utilização de sons sintetizados. O grande diferencial na estrutura básica da afinação é que as cordas graves estão ao contrário do que o padrão comum, ou seja, ao olharmos para o braço deste instrumento, vemos as cordas agudas seguidas das graves de cima para baixo, o que ajuda na digitação, já que ambas as mãos não se encontram no centro do braço como ocorreria se a afinação estivesse em padrões de quartas justas comumente utilizada.

KRAPPYBASS
(www.krappyguitars.com)

Instrumento que possui diversos modelos com configurações diferenciadas de pick, afinação, 8, 10 ou 12 cordas, etc. Os pickups e pontes são de fabricação própria, mas há a opção Midi com um captador B1-D Yamaha junto com um conversor GR-20 Roland. Estritamente para tapping, a sonoridade do krappybass é bem próxima a do Stick.

VERTEBRAXE
(www.jonesmfgmusic.com)


Instrumento feito nos USA, construído inteiramente em fibra de Carbono/Grafite, com 36¨ (três oitavas) e opções em 4, 6 ou 10 cordas. Equipado com o Sustainiac, um sustain infinito (mistura de EBow com os pickups sustain Fernandes) para sons de arco, pode ser usado em qualquer posição de correia: na vertical, inclinado, horizontal como um baixo elétrico normal. Pode ser colocado em qualquer estante tripé de microfone com o auxílio de um espigão de contrabaixo acústico, também com um belt hook (um gancho que se prende ao cinto do músico), etc. Outro atrativo é que se pode utilizar qualquer técnica além do tapping (pizzicato, dedilhado, palheta, slap).

CRAVINA

Único instrumento especificamente para tapping desenvolvido e construído inteiramente no Brasil. O músico gaúcho Andréas Guenther, que também toca um StickBass, utilizou seus conhecimentos para criar esta máquina de 9 cordas, tarraxas Gotoh, ponte customizada, um solitário pick up EMG-45DC, dois jogos de cordas D’Addario EXL220-5 e EXL120 (descartando as cordas mais graves de cada set), com afinação básica usando o mesmo sistema Uncrossing Tunning do Koyabuboard Bass, extensão total da escala de cinco oitavas e meia (34¨) em 26 trastes. Completado com uma estante tripé acoplada ao um banco de bateria em que este conjunto todo é parafusado ao instrumento para facilitar a execução.

SOLENE
(http://home.flash.net/~solene/)


Criado por Rich Eberlen o Solene (so-lean) é composto por um braço tubular de alumínio, com 7 cordas acomodadas para o contorno das mãos. Os trastes são alinhados em 45° diagonal para favorecer a dobra do pulso. O nome Solene é derivado da palavra grega ‘solen’ que significa tubo, ou seja, o formato do instrumento. O corpo tubular é totalmente raspado em uma face formando assim uma superfície plana, perfeita para o tapping. Os pickups podem ser configurados como: bridge, parallel in phase, parallel out of phase, series in phase, series out of phase, neck. Afinação segue o padrão de quartas Justas.

KELSTONE
(www.kelstone.be/presenting)


O Kesltone é um instrumento de 18 cordas desenvolvido pelo Belga Jan Van Kelst. O shape foi criado para facilitar o tapping, hammer, pull-off, strum, tap, slide, bend, fingerpick, botlleneck, slap, scratch, e play percussion. O Kelstone combina os aspectos do baixo e do piano, proporcionando partes polifônicas, com as facilidades da afinação em quartas. O fator mais interessante no design do Kelstone é que os instrumentos possuem padrões similares entre si, assim se a mão esquerda executa um acorde, ou escala, ou arpejo, por exemplo, a mão direita poderá fazer o mesmo, seguindo o princípio de estudos técnicos de piano chamado ‘movimento contrário’. O espaçamento entre as cordas é maior do que nos outros instrumentos porque, por ser posicionado inclinado, há mais facilidade em tocar o tapping sem ruídos indesejáveis de trastejamento.

BEARTRAX
(http://www.geocities.com/bearguitars/index.html)


Os instrumentos criados na Alemanha pelo luthier Siggi Abramzik têm como particularidade a possibilidade total de customização, ou seja, o cliente escolhe desde o formato do instrumento até a quantidade de cordas, passando pela marca e modelo de cada componente. Nestas experiências a Beratrax chegou ao BASS LAPTAP. Híbrido entre acústico, elétrico, lap steel e tapping bass, este instrumento possui uma sonoridade bem exótica. Como sua primeira função é um Bass Lap Steel, as cordas são um pouco mais altas do que outros instrumentos citados nesta série, porém com maior versatilidade de estilos e técnicas. Um par de pickups Bartolini, 12 cordas e dezenas de controles de tonalidades, favorecem ao músico que deseja sons diferentes para tapping.

STARRBOARD
(http://infohost.nmt.edu/~jstarret/StarrBoard.html)


O Starrboard, foi criado na década de 1980 pelo Dr. John D. Starrett (professor de matemática da Universidade do Colorado no Denver/USA) sendo composto por uma prancha com 13 cordas e trastes, montado sobre uma estante, e cujo espaçamento das cordas se mantém inalterado em toda sua extensão, formando assim um sistema cromático similar ao teclado. As cordas são afinadas em razão de proporções numéricas (tal como Pitágoras já prenunciava) e não no sistema atual do temperamento. 1/1 16/15 9/8 6/5 5/4 4/3 64/45 3/2 8/5 5/3 16/9 15/8 2/1. Por isso pode ser tocado em qualquer dos 12 tons.

THE HARPEJJI
(www.marcodi.com)


Instrumento similar ao Starrboard, porém desenvolvido a partir de um protótipo em 2001. Diferentemente dos outros instrumentos de tapping comercialmente desenvolvidos, o Harpejji (cujo nome italiano derivou de arpeggio / harp-like, e é totalmente pertinente as suas 24 cordas!) seria um cruzamento entre os instrumentos de corda sobre um braço e os de corda sobre uma caixa de ressonância (Koto, por exemplo), sendo tocado de modo similar a um teclado de piano. Este instrumento é mantido na posição horizontal ou levemente inclinado, com piezos em cada corda, tarraxas CNC, paleta angulada, cordas passando através do corpo e controle de volume máster na frente do instrumento.


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