"Tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus" Romanos 8:28

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Como Mixar Uma Música POP - Parte V - Baixo

Numa música o BAIXO e a BATERIA devem trabalhar juntos, como se tivessem sido tocados pela mesma pessoa ao mesmo tempo!! Eles devem estar “atracados” um ao outro formando a tão famosa “cozinha” rítmica da música. São com esses componentes que a música exerce seu impacto sobre o nosso corpo (as vezes, mais do que em nossos ouvidos).
Quando temos baixistas ruins que adoram ficar fazendo muitas “firulinhas” com suas linhas de baixo acabam saindo fora de sincronismo com a bateria fazendo com que a música toda tenha muito menos impacto.
Dicas:
• Na maioria das músicas, o baixo é melhor quando gravado numa trilha em mono e colocado bem no centro (PAN=0). Um pouco de um curto reverb (short reverb) pode até ajudar, mas pode atrapalhar a imagem sonora do baixo, fazendo com que ela fique instavel, quando o que pretendemos é travar esta imagem bem sincronizada com o bumbo da bateria.
• Em baladas, um CHORUS estéreo pode dar ao baixo um som espacial suficiente para molhar a música, pois a abertura no estéreo faz o baixo flutuar um pouco revelando uma natureza mais “sedosa”, conveniente para músicas de amor, como se fosse um baixo fretless!!
• Muito ganho nas frequências muito baixas do baixo, pode fazer você perder muito da faixa dinâmica da mix, isto é, você limita qual é o máximo que sua mix pode chegar e pior, limita o máximo da master também. Cuidado!!
• Assim como o bumbo da bateria, você pode dar uma “ajuda” nas trilhas do baixo CORTANDO as freqüências baixas com um EQ (equalizador), e NÃO aumentando elas, como muitos acreditam. No contexto geral da mixagem, o contra balanço que os harmônicos superiores causados pelo corte das frequências mais baixas auxiliam para que o som do baixo fique mais poderoso!!
• Baixos (guitarras e teclados) são gerados de muitos ruídos. Você pode cortar bastante das frequências muito altas eliminando o HISS (ruido de alta-frequência) sem afetar muito o timbre e o som originais desses instrumentos.
• Muitas músicas possuem duas trilhas com baixos, as vezes um de corda e um synth, cuidado, pode ser bem trabalhoso fazerem com que todos trabalhem juntos, bem sincronizados!! Seria bom dividir as freqüências baixas para que cada instrumento trabalhe uma parte delas.
• As trilhas de baixo muito freqüentemente (quase sempre) necessitam de um pouco de compressão para que mantenha-se a mesma energia ao longo de toda a música, senão pequenas imperfeições ao tocar podem causar “vazios” bem audíveis am alguma parte da música.
• Você pode também adicionar mais “punch” nas trilhas de baixo colocando no compressor um ataque lento (slow attack) e um release rápido (fast release).
• Se a compressão estiver prejudicando os pontos de sustain ou de ataque do baixo, fazendo com que a dinâmica da música fique sem pegada, então vá observando o desenho da onda e atue no volume de acordo com cada ponto necessário.
• Se o baixo estiver sempre se perdendo do bumbo da bateria, aqui vai uma dica meio bizarra, mas que funciona: Use um NOISE GATE na trilha do baixo acionado pelo bumbo da bateria (usando o noise gate side-chain), então quando tiver um kick no bumbo ele libera o noise gate para o baixo, acertando a escorregada no tempo do baixista!! Isto é uma dica muito porca, porque nada melhor do que uma boa gravação com bons músicos, mas em casos de desespero, pode salvar uma mix!!
Conferindo o SOM DO BAIXO
O som do baixo estará soando corretamente quando você ouvir ele forte, sólido e parece que ele se sobressai do resto da música. Ele deve enfatizar a bateria ao mesmo tempo que dá um corpo a toda a mix. Deve soar diferente do bumbo, porém não tanto a ponto de não parecer que eles trabalham como um par. Assim como a bateria o som do baixo deve ser mais “sentido” do que “ouvido”!
Dependendo do tipo de música ele deve ser sentido entre o estômago e os joelhos!!


Danilo Castro

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